Durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do INSS nesta segunda-feira (22), o relator Alfredo Gaspar (União-AL) solicitou a prisão preventiva de Rubens Oliveira Costa, apontado pela Polícia Federal como intermediário de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Costa é acusado de falso testemunho ao ocultar informações relevantes sobre um esquema de descontos ilegais em aposentadorias.
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou que a Polícia Legislativa acompanhasse Costa após seu depoimento e informou que encaminharia o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) para cumprimento imediato. No entanto, Costa foi liberado após pagar fiança.
Investigações indicam que o “Careca do INSS” pagou R$ 5 milhões à Curitiba Consultoria, empresa de Thaisa Hoffmann, esposa do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Filho, por pareceres que permitiram a continuidade dos descontos sem autorização dos aposentados. Além disso, a Vênus Consultoria, do ex-diretor da autarquia Alexandre Guimarães, recebeu R$ 1,8 milhão por materiais de educação financeira. A Prospect, empresa de Antunes, movimentou R$ 150 milhões entre 2022 e 2024 por meio de contratos com entidades que realizavam os descontos ilegais.
Costa negou ser sócio do “Careca do INSS”, afirmando que atuou como administrador financeiro em apenas quatro de suas empresas, sem receber comissões ou dividendos. Ele também alegou não ter participado do pagamento de propinas para a manutenção do esquema. O ministro do STF André Mendonça concedeu-lhe o direito de permanecer em silêncio durante o depoimento.
O “Careca do INSS” está previsto para depor à CPI nesta quinta-feira (24), conforme antecipado pelo Estadão. O presidente da comissão, senador Carlos Viana, confirmou a presença de Antunes, que havia cancelado seu depoimento anteriormente.