Nome de morador da Maranduba aparece em registro oficial após empresário acusado de lavar dinheiro para o PCC ser citado como responsável pelo centro de treinamento
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo abriu investigação para apurar a doação de equipamentos para o centro de treinamento (CT) de artes marciais construído na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo.
Segundo publicação no Diário Oficial da última sexta-feira (26), a doação teria sido feita pela empresa C2 Gestão de Patrimônio Ltda., registrada em nome de Felipe Francelino da Silva Alves, de 34 anos, pintor que vive em uma casa de 19 m² na Maranduba, em Ubatuba, e que responde a um processo de despejo.
O caso ganhou repercussão após denúncias de que o empresário Gabriel Cepeda, dono da rede de postos Boxter e acusado de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC), teria custeado a obra. Cepeda foi alvo da Operação Carbono Oculto, do Ministério Público, em agosto.
Antes da revelação oficial, um influenciador chegou a agradecer publicamente a Cepeda pela construção da academia, mas depois apagou a postagem. O diretor do Deic, delegado Ronaldo Sayeg, confirmou ter tido contato com Felipe Francelino, mas não explicou como a empresa de Ubatuba foi envolvida na doação.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Corregedoria investiga o caso para verificar se houve cumprimento da legislação.
A situação levanta dúvidas sobre como o nome de um pintor de Ubatuba, sem histórico empresarial e em situação de vulnerabilidade, acabou ligado a uma empresa registrada com patrimônio milionário e a um dos maiores departamentos da Polícia Civil de São Paulo.