Doença viral transmitida por mosquito-pólvora tem sintomas semelhantes aos da dengue e preocupa autoridades de saúde
A Prefeitura de Ubatuba confirmou, nesta quarta-feira (14), o primeiro caso de febre Oropouche no município. O paciente, morador da zona norte da cidade, contraiu a doença em área próxima à mata, onde há alta presença do mosquito vetor Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Alyne Ambrogi, os sintomas da febre Oropouche se confundem com os da dengue e da chikungunya: febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dores no corpo, sensibilidade à luz e diarreia. “É fundamental procurar uma unidade de saúde assim que surgirem os sintomas”, alerta.
A Febre do Oropouche (FO) não tem tratamento específico, e o acompanhamento médico é essencial. Em casos raros, pode evoluir para complicações neurológicas, como meningite ou encefalite. A doença é de notificação obrigatória e está sendo monitorada de perto pelas autoridades sanitárias.
Expansão da doença
Antes restrita à região Norte do país, a febre Oropouche tem avançado pelo estado de São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, já são seis casos confirmados na região do Vale do Paraíba e Litoral Norte somente em 2025:
Bananal: 1
Caraguatatuba: 1
Cruzeiro: 1
Jacareí: 1
São Sebastião: 1
Ubatuba: 1
Ciclos de transmissão
A doença pode ocorrer em dois ciclos:
Silvestre: com bichos-preguiça e macacos como hospedeiros, e mosquitos vetores como o Culicoides paraensis.
Urbano: humanos infectados passam a ser os principais hospedeiros. O pernilongo comum (Culex quinquefasciatus) pode atuar como vetor ocasional.
Medidas de prevenção
A exemplo da dengue, não há vacina ou antiviral específico. A melhor forma de prevenção é evitar picadas de mosquito, com medidas como:
Uso de roupas compridas e repelentes.
Manutenção de ambientes sem acúmulo de água parada.
Proteção de áreas residenciais com telas e limpeza constante de terrenos e calhas.
A Prefeitura de Ubatuba informa que intensificou o monitoramento e o trabalho de educação preventiva nas regiões com maior incidência do mosquito vetor. A população deve colaborar com o combate, comunicando situações de risco e evitando locais com proliferação de insetos.