Obra iniciada em 2019 acumula falhas, atraso e expõe público ao perigo; prefeitura e Defesa Civil não esclarecem segurança do espaço
A reforma e ampliação do Estádio Municipal Ciccillo Matarazzo, no Perequê-Açu, em Ubatuba, iniciada há mais de cinco anos, segue sem previsão de conclusão. Além do longo atraso e de um histórico de interrupções, o local apresenta infiltrações e sinais de risco estrutural, principalmente na arquibancada principal, cuja ferragem está visivelmente corroída. A situação é agravada pelo clima úmido da cidade e pela exposição constante à maresia, o que aumenta o risco de desabamento do concreto, caso a estrutura perca sua sustentação.
A obra foi anunciada em 2019, com investimento de mais de R$ 3,5 milhões via convênio com o Governo Federal. Desde então, passou por paralisações por falhas no projeto, pandemia e mudanças na administração municipal. Em 2022, a gestão da prefeita Flávia Pascoal (PL) retomou os trabalhos, que incluíam plantio de gramado, construção de banheiros e finalização do estacionamento. Em maio deste ano, a Prefeitura confirmou que apenas 41,8% do orçamento havia sido executado, e o convênio segue ativo sob supervisão da Caixa Econômica Federal.
No entanto, no estádio, ainda se veem valas abertas e conduítes à mostra no campo, ausência de banheiros públicos funcionando e estruturas inacabadas. O que mais preocupa são os sinais de deterioração na arquibancada, já que até o momento não há confirmação pública de avaliação da Defesa Civil ou do Corpo de Bombeiros sobre as condições de segurança do local.
Também não há informações sobre a existência de laudos de combate a incêndio (AVCB), normas de evacuação de emergência ou adequação do espaço ao acesso de ambulâncias — medidas obrigatórias para locais com previsão de receber público.
Diante das denúncias, a população cobra respostas: o estádio está seguro? Há risco iminente na arquibancada? O espaço poderá ser utilizado sem que essas questões sejam respondidas? A Prefeitura ainda não respondeu oficialmente se houve vistoria recente da Defesa Civil nem se pretende disponibilizar laudos técnicos que atestem a segurança da estrutura.
Enquanto isso, a comunidade esportiva de Ubatuba, que depende do estádio para treinos e competições, continua sem previsão de uso do principal espaço público esportivo da cidade.
