TJSP CONFIRMA CONDENAÇÃO DE ADVOGADO EM SEGUNDA INSTÂNCIA – PROCESSOS DE COBRANÇA SOMAM MAIS DE R$ 1,6 MILHÃO
Preso em 2023 sob acusações de aplicar golpes financeiros que teriam atingido até juízes e promotores, e atualmente condenado por estelionato em regime semiaberto, o advogado Rodrigo Bonametti de Miranda — que atua como patrono e articulador de um grupo de mulheres da alta sociedade brasiliense — vem sendo apontado como o principal mentor das ações movidas contra o criador do boneco Pixuleco, em uma ofensiva marcada pelo uso estratégico da Lei Maria da Penha para fins de perseguição pessoal e política.
O Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou, em decisão publicada em 9 de setembro de 2025, a condenação criminal em segunda instância do advogado Rodrigo Bonametti de Miranda por ESTELIONATO, conforme o processo nº 1531523-97.2023.8.26.0050. A sentença foi analisada pela 12ª Câmara de Direito Criminal do TJSP, sob relatoria do desembargador Paulo Rossi, e fixou pena de dois anos de reclusão em regime semiaberto, além de pagamento de multa e indenização de R$ 150 mil à vítima Robson Alves Ribeiro.
Heleuza Maria da Silva Sarkis, em meio a um enredo de denúncias controversas, contratou o advogado Rodrigo Bonametti de Miranda, personagem amplamente conhecido em Brasília por seu histórico repleto de acusações e por ter sido citado em reportagem do portal Metrópoles envolvendo supostos golpes até mesmo contra juízes e promotores. Segundo relatos e documentos obtidos pela reportagem, Heleuza e um grupo de pessoas próximas teriam se articulado para usar a Lei Maria da Penha como instrumento de perseguição contra Vinícius Carvalho Aquino, criador do boneco Pixuleco, em uma ofensiva que mistura motivações políticas, pessoais e vingança.
DIVERSAS AÇÕES DE COBRANÇA E EXECUÇÕES EM ANDAMENTO
Além da condenação confirmada, o nome de Rodrigo Bonametti aparece em diversas ações cíveis e de execução que tramitam no Tribunal de Justiça de São Paulo. Juntas, essas causas superam R$ 1,6 milhão em valores atualizados.
Processo (TJSP)
Tipo de ação
Valor aproximado
Situação nos autos
1078780-59.2022.8.26.0100
Execução de título – Bruno Mercearia Ltda.
R$ 720.000,00
Termo de confissão de dívida não quitado
1117891-50.2022.8.26.0100
Execução – Édison Aparecido Brandão
R$ 84.700,00
Nota promissória vencida
1117892-35.2022.8.26.0100
Execução – Érika Passos
R$ 84.700,00
Débito comercial em aberto
1046439-43.2023.8.26.0100
Ação monitória – Fábio Monaco e outros
R$ 150.000,00
Em fase de citação
1095320-17.2024.8.26.0100
Cobrança – Medtuma Serviços Médicos
R$ 170.000,00
Serviços hospitalares pendentes
1091739-04.2018.8.26.0100
Execução – FIRB Assessoria Empresarial
R$ 500.000,00
Intermediação financeira
1572963-05.2025.8.26.0050
Execução de multa penal (MP/SP)
R$ 1.995,55
Multa criminal não paga
REFERÊNCIAS ANTERIORES NA IMPRENSA
Rodrigo Bonametti já havia sido citado em publicações de colunas sociais e matérias de investigação. Em 2022, a coluna Claudia Meireles, do portal Metrópoles, publicou a nota ‘Rodrigo Bonametti reúne amigos em festa intimista para celebrar a vida’
Ana Luiza Maria Canaparro Nogueira Favato, que organizou uma comemoração de aniversário para o amigo e que, segundo relatos, teria se envolvido em uma movimentação de perseguição relacionada a ameaças feitas por sua amiga Heleuza Maria da Silva Sarkis contra o criador do boneco Pixuleco, também foi procurada pela reportagem para esclarecer se teria algum tipo de participação ou vínculo nas investidas negociais conduzidas pelo advogado Rodrigo Bonametti de Miranda. A apuração busca compreender a real extensão da relação entre ambos e se haveria envolvimento de Favato em possíveis articulações ou intermediações associadas ao grupo. Até o momento, não houve resposta oficial aos questionamentos.
Posteriormente, o mesmo portal Metropoles noticiou o histórico de investigações envolvendo Bonametti, em reportagem intitulada ‘Magnata do café faturou R$ 5 milhões com golpes em promotores e juízes”.
A reportagem entrou em contato com as seccionais da OAB-SP e OAB-DF, questionando o andamento dos procedimentos ético-disciplinares abertos contra o advogado. Até o fechamento desta edição, as entidades não haviam se manifestado. Consta os processos éticos-disciplinares OAB-SP e na OAB-DF. O caso é acompanhado pelo Ministério Público de São Paulo, que também ajuizou a execução da pena de multa derivada da condenação criminal.
O caso reacende o debate sobre responsabilidade e fiscalização no exercício da advocacia, sobretudo quando há decisões criminais confirmadas em segunda instância. Especialistas afirmam que a manutenção de credibilidade e acesso a círculos de influência pode dificultar a responsabilização efetiva, criando um contraste entre imagem pública e realidade processual. Fontes e documentos consultados
Acórdão TJSP – Processo nº 1531523-97.2023.8.26.0050 (publicado em 09/09/2025)
Ministério Público do Estado de São Paulo – 3ª Promotoria Criminal
TJSP – Consultas públicas de processos cíveis e execuções
Metrópoles – Coluna Claudia Meireles e reportagem ‘Magnata do café…’
A Guardiã da Notícia – acervo de matérias anteriores sobre o caso
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OUTRO LADO
Em nota Rodrigo Bonametti declara: “Minha condenação não é definitiva e recorri ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. A seguir, me pronunciarei por escrito em relação às imputações sobre minha vida pessoal, uma vez que a confidencialidade impede que eu me manifeste sobre processos em andamento.”
O ativista Vinícius Aquino, criador do boneco “Pixuleco” – amplamente utilizado durante as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, esclarece: “Venho sofrendo perseguição, e minha filha de 7 anos, tem sido alvo de ameaças, existindo diversos vídeos da menor nos processos, e declarações atentando contra sua vida utilizados com o intuito de me intimidar. Esclareço que tomei as providências cabíveis junto aos responsáveis.
A suposta minha ex-namorada, em uma versão controversa das perseguições criminais, move um processo civil nº 0767402-66.2025.8.07.0016, alegando que nunca manteve um relacionamento amoroso comigo e pleiteia uma indenização no valor de R$ 56 mil. Contudo, ela tem procurado diversas pessoas próximas a mim para me denegrir, dizer que fez festa com a minha injusta prisão e que sente vingada. Ainda, criando e espalhando histórias falsas, motivadas pelo fato de que estou vivendo minha própria vida longe de mentiras, traições e ambiente tóxico.”
Nota da Redação: A reportagem se baseia exclusivamente em documentos públicos, decisões judiciais e registros oficiais. O espaço permanece aberto para manifestação da defesa de Heleuza Maria da Silva Sarkis, e Ana Favato, que até o presente momento não retornou o contato.