Aumento nas mortes por atropelamento expõe falhas na fiscalização e levanta questionamentos sobre a eficácia das políticas públicas.
Guarulhos registra um cenário preocupante no trânsito: até abril de 2025, foram 103 mortes por atropelamento em 12 meses — um aumento em relação aos 96 óbitos contabilizados no mesmo período de 2023. A taxa de 13,6 mortes por 100 mil habitantes coloca o município entre os piores do estado de São Paulo neste tipo de ocorrência.
Entre os casos mais recentes está o de Cristiano Almeida da Cruz, de 38 anos, morto em abril após ser atropelado por um motorista que confessou ter consumido bebida alcoólica antes de dirigir. O condutor segue em liberdade, aguardando julgamento. A decisão revoltou a família da vítima e gerou repercussão nas redes sociais.
Conversei com a dona Noellia, mãe de Cristiano, que desabafou: “Meu filho era trabalhador. Saiu de casa para mais um dia de luta e voltou num caixão. O motorista está solto como se nada tivesse acontecido. Isso é revoltante.”
Diante da pressão pública, a Prefeitura afirma que tem reforçado campanhas de conscientização, intensificado a fiscalização nas vias e aposta no Plano Municipal de Segurança Viária 2024-2030 como ferramenta para reduzir os acidentes. No entanto, a efetividade dessas medidas tem sido questionada diante do crescimento das mortes.
Solicitações e denúncias podem ser feitas pelo aplicativo Fácil Guarulhos. Para familiares como a dona Noélia, porém, nada trará justiça real enquanto a impunidade prevalecer.
Últimas atualizações após esta matéria ir ao ar é que tem audiência marcada dia 10 de Setembro.
