Obra de mais de R$ 60 milhões apresentou movimentações no enrocamento de pedras.
A Secretaria de Obras Públicas de Caraguatatuba interditou o acesso ao molhe na foz do Rio Juqueriquerê. A medida foi adotada após a empreiteira responsável pela urbanização comunicar problemas estruturais graves na base da obra. O enrocamento de pedras, que sustenta o pavimento e o guarda-corpo, apresentou movimentações e desagregações que comprometem a segurança.
Segundo o secretário de Obras Públicas, engenheiro Gilson Mendes de Souza, há risco concreto de queda de pedestres. “Sabemos da importância do molhe como espaço de lazer e contemplação, mas nossa prioridade é preservar vidas. Diante do risco real à segurança, a interdição é a medida mais responsável a adotar”, afirmou.
A prefeitura informou que contratará uma auditoria independente para examinar a concepção e a execução do projeto original. A obra, que custou mais de R$ 60 milhões, teve financiamento do FINISA/Banco do Brasil, repasses estaduais e contrapartida municipal. O objetivo é verificar se os serviços seguiram normas técnicas e se foram entregues conforme o contrato.
A empresa Era Técnica Engenharia relatou que o enrocamento se movimenta mesmo em condições climáticas normais, comprometendo a urbanização assentada sobre a estrutura. Em janeiro de 2025, a secretaria já havia notificado a construtora por serviços não executados e falhas em áreas concluídas. A pedido do Dadetur, foi retirada a placa de inauguração da obra, realizada em 2024.
A interdição seguirá até a apresentação de laudo conclusivo pela auditoria. “Nossa equipe constatou desintegração do molhe e sinais de instabilidade. Estamos tomando todas as medidas cabíveis para resolver o problema e devolver o espaço com segurança o mais breve possível”, reforçou o secretário.
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Linha do tempo da obra do molhe do Juqueriquerê
• 2024 – Obra inaugurada com recursos municipais, estaduais e do FINISA/Banco do Brasil.
• Janeiro de 2025 – Prefeitura notifica a empresa por falhas e serviços não executados.
• Início de 2025 – Dadetur solicita a retirada da placa de inauguração.
• Agosto de 2025 – Interdição total do acesso ao molhe por risco estrutural.