Dispositivos com ovos do Aedes do Bem foram distribuídos no Jardim Primavera.
A Prefeitura recebeu 50 caixas com ovos do Aedes do Bem, mosquitos machos de Aedes aegypti com característica auto limitante. A ação integra a estratégia de controle do vetor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.
Os dispositivos foram instalados em ruas e avenidas do Jardim Primavera, na região central. A escolha se baseou em estudos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que identificaram alto índice de larvas na última Avaliação de Densidade Larvária (ADL).
Como funciona: cada Caixa do Bem contém ovos e alimento para o desenvolvimento das larvas até a fase adulta. Após ativação com água potável, os machos emergem e se acasalam com fêmeas do Aedes aegypti selvagem. Como só as fêmeas picam, o objetivo é reduzir sua população. A prole herda a característica auto limitante e não gera fêmeas viáveis, o que diminui, de forma contínua, os mosquitos transmissores.
Segundo o coordenador do CCZ de Caraguatatuba, Guilherme Garrido, o método é seguro e eficaz. Os machos não picaram e não transmitiram doenças. Ao cruzarem com as fêmeas do vetor, produzem descendentes fêmeas que não chegam à fase adulta, interrompendo o ciclo e reduzindo o número de vetores.
O Aedes do Bem é tecnologia desenvolvida por empresa britânica de biotecnologia, em operação no Brasil desde 2011. O método tem aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), com parecer de segurança para pessoas, animais e meio ambiente.
Projetos semelhantes ocorreram em Indaiatuba (SP), Congonhas (MG), Suzano (SP), Manaus (AM) e Patos de Minas (MG). Relatos municipais indicaram queda expressiva de fêmeas do mosquito transmissor, em alguns locais acima de 90%.
A participação da comunidade é parte do plano. O CCZ pede que moradores preservem os dispositivos, comuniquem tentativas de dano e mantenham a eliminação de criadouros domésticos. O engajamento local sustenta os resultados e ajuda a reduzir casos de arboviroses no município.