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COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA: DESAFIOS, CAMINHOS E O PAPEL DO PRESIQ

*Por Alexandra Calixto Gioso, gerente de Relações Institucionais da Braskem Sudeste

 Formada em Relações Internacionais, com MBA em Negócios Internacionais e Comércio Exterior pela FGV e especialização nos EUA, possui 21 anos de experiência nas áreas de comércio exterior, relações internacionais e governamentais.

Desde 2007, é sócia fundadora da AGGlobal, consultoria especializada em comércio internacional e relações governamentais, onde liderou projetos estratégicos para empresas nacionais e multinacionais.

Ocupou, de 2017 a 2022, o cargo de Diretora do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (DEREX).

Eleita Diretora Titular da Regional do CIESP de São José dos Campos para a gestão 2022-2025, também atua como Vice-Presidente do Conselho Feminino da FIESP.

Em 2022, criou o Confem Vale (Conselho Superior Feminino) e o programa Elas na Indústria Vale, que capacita e dá representatividade ao papel da mulher no mercado de trabalho da indústria.

Desde fevereiro de 2024, atua na Braskem como Gerente de Relações Institucionais Sudeste, sendo responsável pelas áreas de Relações Governamentais, Sustentabilidade e Imprensa Regional.

PUBLI EDITORIAL 

A indústria química ocupa um papel central no desenvolvimento econômico mundial. Seus insumos estão presentes em praticamente todos os setores estratégicos — da saúde à agricultura, da construção civil ao automotivo, passando pela tecnologia e pelos bens de consumo.

No Brasil, essa relevância ganha ainda mais peso: trata-se do terceiro maior setor industrial do país, responsável por milhões de empregos, pela arrecadação de impostos e pelo fornecimento de matérias-primas essenciais. Fortalecer a indústria química significa, em grande medida, preservar a competitividade de todo o parque industrial brasileiro.

Um cenário de desafios crescentes

Nos últimos anos, a baixa demanda interna e o excesso de oferta global pressionaram preços e margens, favorecendo importações em detrimento da produção local. O resultado tem sido perda de participação no mercado internacional e risco de desindustrialização.

O dado mais recente é alarmante: segundo a Abiquim, a taxa de utilização da capacidade instalada caiu para apenas 60% no primeiro bimestre de 2025, o menor índice desde 1990. Isso se traduz em ameaça direta a empregos qualificados, inovação e à segurança no fornecimento de insumos estratégicos.

Por que a indústria química importa

Muito além da produção de matérias-primas, o setor atua como vetor de inovação e garante maior autonomia nacional em áreas críticas, como energia renovável, biotecnologia e novos materiais sustentáveis. Cada real investido reverbera em diversas cadeias produtivas, impulsionando crescimento econômico e geração de valor.

Seu enfraquecimento, portanto, não é apenas uma preocupação setorial: é um risco ao desenvolvimento do país.

Caminhos para a retomada

Recuperar competitividade exige investimento em modernização tecnológica, eficiência energética e sustentabilidade. Mas esse esforço só terá impacto se vier acompanhado de políticas públicas que reduzam o chamado Custo Brasil, equilibrem condições de concorrência e ofereçam previsibilidade.

Não por acaso, potências como Estados Unidos, Alemanha, China, Índia e Coreia do Sul já estruturaram políticas industriais específicas para a química, reconhecendo seu caráter estratégico.

O papel do PRESIQ

Nesse contexto, surge o Projeto de Lei nº 892/2025, que institui o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (PRESIQ). A proposta, em tramitação no Congresso, chega em um dos momentos mais críticos da história do setor no Brasil.

Mais do que uma medida emergencial, o PRESIQ é uma oportunidade de alinhar reindustrialização e transição energética, abrindo caminho para investimentos sustentáveis que também tragam ganhos de competitividade. Como destacou a Abiquim:

“O PRESIQ representa uma resposta estratégica à urgência da reindustrialização do país. O projeto segue o exemplo de políticas adotadas por outras economias desenvolvidas e tem potencial para fortalecer toda a cadeia produtiva da indústria química, com geração de emprego, inovação e crescimento sustentável.”

Olhando para o futuro

O fortalecimento da indústria química brasileira dependerá da soma de esforços públicos e privados. É preciso reduzir custos, oferecer segurança regulatória e valorizar o papel estratégico de um setor que sustenta praticamente todas as demais cadeias industriais.

O PRESIQ desponta como um instrumento decisivo nessa jornada. Sua aprovação pode marcar o início de um novo ciclo de desenvolvimento, em que competitividade e sustentabilidade caminham lado a lado — preservando empregos, impulsionando a inovação e assegurando o protagonismo da indústria química na construção de um Brasil mais forte e competitivo.

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