Cinco anos após o assassinato de Arisson Moreira Júnior, ex-funcionário do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, a Justiça determinou que sua família seja indenizada em R$ 1,2 milhão. A decisão, proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), responsabiliza a concessionária GRU Airport e duas empresas terceirizadas.
Além do valor da indenização, a sentença também assegura o pagamento de pensão mensal aos dois filhos menores de Arisson.
O crime ocorreu em 9 de janeiro de 2020, quatro dias depois de Arisson denunciar à Polícia Federal um suposto esquema de tráfico de drogas dentro do terminal aéreo. Na ocasião, ele desconfiou da atitude de um colega de trabalho que procurava por duas malas em uma esteira. A PF foi acionada e encontrou 60 kg de cocaína nos volumes.
A execução de Arisson, de 34 anos, com sete disparos, teria sido ordenada por traficantes em retaliação à apreensão da droga. O colega denunciado, Márcio Peres, foi condenado a 33 anos de prisão. A morte do funcionário desencadeou uma série de operações que visavam desmantelar quadrilhas atuantes no aeroporto.
Em desdobramentos mais recentes, a Polícia Federal prendeu o homem apontado como líder de um dos grupos criminosos envolvidos. Um dos métodos utilizados pelo grupo consistia em substituir bagagens comuns por malas recheadas de entorpecentes — prática que levou à prisão injusta de duas brasileiras na Alemanha por mais de um mês.
Inicialmente, o pedido de indenização da família de Arisson havia sido negado em primeira instância, mas foi revertido em segunda instância pelo TJSP.
