Uma ação criminosa provocou o caos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e continua afetando a rotina de milhares de passageiros.
Na noite da última quarta-feira, 11 de junho, todas as operações de pouso e decolagem foram interrompidas por cerca de 46 minutos após a detecção de drones sobrevoando a cabeceira da pista principal. A paralisação, provocada por uma ação coordenada de traficantes, gerou um efeito dominó que se estende até esta quinta-feira.
Mais de 40 voos foram afetados entre atrasos, cancelamentos e redirecionamentos. Passageiros passaram a madrugada no terminal, dormindo no chão, enfrentando longas filas e, em muitos casos, sem qualquer assistência das companhias aéreas.
Tivemos acesso ao áudio da comunicação entre o piloto de uma aeronave e a torre de controle no momento exato do alerta. A torre suspendeu imediatamente todas as operações aéreas, que só foram retomadas às 23h40, mas o impacto já era significativo.
Segundo a Polícia Federal, os drones foram usados por traficantes para monitorar a presença de viaturas durante uma operação em uma comunidade vizinha ao aeroporto. A intenção era transportar 165 quilos de cocaína para dentro da área restrita do terminal. A droga foi apreendida, mas os criminosos fugiram. Um inquérito foi aberto e as investigações continuam.
Passageiros relataram frustração com a falta de informações e o abandono por parte das companhias aéreas.
Companhias como Latam, Gol e Azul foram diretamente afetadas. Algumas aeronaves foram redirecionadas para os aeroportos de Campinas, Ribeirão Preto e Congonhas. Só a Latam teve mais de 20 voos impactados.
A Polícia Militar acionou o helicóptero Águia para fazer buscas, mas os drones não foram localizados em tempo real. Ainda assim, a PM confirmou que os equipamentos estavam sendo operados de forma criminosa nas imediações do sítio aeroportuário.
O aeroporto de Guarulhos ainda registra reflexos da noite anterior: passageiros enfrentam atrasos acumulados, conexões perdidas e longas filas.
O episódio reacende o alerta sobre a vulnerabilidade do maior aeroporto da América Latina diante do uso ilegal de drones, considerados uma ameaça direta à segurança da aviação civil. Segundo a ANAC e a Polícia Federal, nenhuma nova medida de reforço foi anunciada até agora.
Em nota, a GRU Airport afirmou que suspendeu as operações por segurança, acionou as autoridades imediatamente e reforçou que o uso de drones nas imediações coloca em risco a aviação e a integridade das pessoas.
Importante esclarecer: embora tenha circulado em alguns veículos de imprensa a versão de que a droga estaria amarrada aos drones, essa informação não foi confirmada pelas autoridades. O que se sabe até o momento é que os drones foram utilizados para monitoramento aéreo, enquanto a tentativa de acesso à área restrita teria sido por via terrestre.
Seguimos acompanhando os desdobramentos direto de Guarulhos.
