Investigações apontam que criminosos agiram em área restrita do terminal; drones desviavam atenção da vigilância enquanto carga era movimentada
A operação do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi suspensa por quase duas horas na noite de quarta-feira (11) após drones não autorizados serem avistados na área restrita das pistas. O que parecia ser uma violação isolada de segurança aérea se revelou parte de um esquema criminoso: o uso dos drones servia como distração para o transporte de drogas nas imediações do terminal.
Segundo as investigações, a movimentação suspeita foi percebida por um militar da Aeronáutica, que identificou três homens em atitude suspeita carregando caixas na região. Ao perceberem a aproximação policial, os criminosos fugiram para a mata e abandonaram o material. A Polícia Federal encontrou três caixas com 160 kg de cocaína.
A Força Aérea Brasileira confirmou que não havia autorização para voos de drones naquele espaço, e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) decidiu suspender pousos e decolagens entre 21h25 e 23h05, desviando ao menos 21 voos para aeroportos como Galeão (RJ), Confins (MG), Ribeirão Preto e Campinas (SP).
A concessionária GRU Airport reforçou os riscos de operações ilegais com drones e alertou sobre a gravidade do episódio. A Latam, uma das companhias mais afetadas, prestou assistência aos passageiros e repudiou a ação criminosa.
A Polícia Federal segue na busca pelos envolvidos, enquanto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
