Sessão ordinária marcada por vocação sobre salários dos servidores da Câmara e denúncia de abusos no ambiente hospitalar.
Nesta segunda-feira (28), a sessão da Câmara Municipal de Guarulhos foi marcada por acontecimentos de grande relevância. Entre eles, a votação sobre a reestruturação administrativa da Casa, uma grave denúncia de abusos no ambiente hospitalar e críticas à atuação da imprensa local.
A expectativa em torno da sessão era alta desde o início da tarde, quando servidores públicos municipais se reuniram em frente ao prédio da Câmara para acompanhar a votação que poderia definir mudanças significativas em seus salários. Em clima pacífico, os trabalhadores ocuparam as galerias para pressionar os vereadores a favor de seus direitos.
A pauta principal envolvia a análise da emenda sobre a reestruturação administrativa e a redução dos salários dos servidores efetivos da Câmara, proposta que havia sido arquivada na sessão anterior. Apesar da decisão do Tribunal de Justiça, que em 186 páginas determinava o recuo salarial — sem exigir a devolução dos valores pagos —, os vereadores decidiram votar a emenda e, por maioria, optaram pela manutenção dos atuais vencimentos dos servidores. O presidente da Câmara, vereador Fausto Martello, enfatizou que a responsabilidade por contrariar a decisão judicial será compartilhada entre todos os parlamentares que aprovaram a medida.
Durante a mesma sessão, a psicóloga Letícia Aparecida Santos utilizou a Tribuna Livre para denunciar casos de abuso contra mulheres em um hospital da cidade, cometidos por um médico. Segundo ela, os relatos de assédio e abuso vêm sendo acompanhados há dois anos sem solução efetiva, o que a levou a tornar o caso público e solicitar apoio imediato das autoridades para proteger as vítimas e responsabilizar o agressor.
Ainda no plenário, o vereador Kleber Ribeiro (PL) usou seu tempo para criticar a imprensa local, alegando omissão na cobertura do caso envolvendo o jornalista Erik Batista, conhecido como “Gaza”, que teria provocado um acidente fatal ao dirigir alcoolizado. Kleber lamentou a falta de apoio da imprensa à família da vítima, Cristiano Almeida da Cruz, e destacou a mobilização de empresários locais para ajudar nos custos legais e sociais da família, especialmente da filha pequena de Cristiano. Em tom de indignação, o vereador relembrou críticas passadas feitas por Gaza e concluiu: “Pelo menos eu não matei pai de família.”
A sessão desta segunda-feira se consolidou como um marco no cenário político municipal, combinando decisões legislativas de grande impacto com denúncias graves e fortes embates entre parlamentares e a mídia.
